HistóriaEm 1784 começa a ser construída uma das principais ruas da cidade do Porto - a Rua 31 de Janeiro.
Construída por ordem de João de Almada e Melo, a rua pretendia estabelecer uma comunicação cómoda entre o bairro de Santo Ildefonso, na zona alta da Praça da Batalha, e o bairro do Bonjardim , na zona baixa no antigo Pátio da Igreja de Santo António dos Congregados, actual Praça de Almeida Garrett . |
Historyin construction...
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Grande parte da rua foi construída sobre estacaria e arcos em pedra, para vencer o enorme declive entre as extremidades da rua e também para dar passagem à "mina do Bolhão" que por aí corria para alimentar as monjas beneditinas do Convento de São Bento de Avé Maria, actual Estação Ferroviária de São Bento. Trata-se de uma rua meticulosamente planeada, com os alçados dos seus prédios projectados pelo arquitecto Teodoro de Sousa Maldonado, entre 1787 e 1793.
A rua foi finalmente aberta em 1805 com o nome Rua Nova de Santo António. Santo António, devido a Santo António dos Congregados; Nova, porque já existia outra Rua de Santo António, na Picaria. |
Esta rua foi palco de um acontecimento que marcou, não apenas a História do Porto, mas a de Portugal inteiro.
No dia 31 de Janeiro de 1891 deu-se o primeiro movimento revolucionário que teve por objectivo a implantação do regime republicano em Portugal. Em memória desta revolta, logo que a República foi implantada em Portugal, a rua foi rebaptizada: Rua de 31 de Janeiro. |
Um dos mais célebres estabelecimentos que funcionaram nesta rua foi a Casa Prud'homme uma "mercearia fina" pertencente, a um cidadão francês chamado Léon Prud'homme. Neste estabelecimento vendiam-se os melhores queijos do país de origem do dono, bem como os mais apreciados champanhes.
Era frequentado pela melhor sociedade portuense daquele tempo, como o presidente da câmara Oliveira Monteiro, o médico Ricardo Jorge, ou o escritor Camilo Castelo Branco. |
Em 1859, o edifício de 3 pisos da mercearia é demolido para dar origem a um novo edifício de 5 pisos onde é fundado o actual e mais antigo café da cidade do Porto: o Café Brazil.
Este foi um dos mais afamados botequins da cidade do Porto no século XIX. Tinha duas mesas privativas para o Jogo do Dominó - a mesa dos Cardeais e a mesa dos Indígenas. Era muito concorrido quando no largo frontal se fazia a Feira da Madeira que acabou por dar o nome à artéria. Próximo, na praça fronteira ao Convento da Avé-Maria, realizava-se a importante feira semanal de géneros alimentícios, às terças-feiras. Uma das mais antigas da cidade. Os escritores Sampaio Bruno e Ramalho Ortigão, o político Paulo Falcão e os comediantes Arnaldo Leite e Carvalho Barbosa eram seus assíduos frequentadores. |
O café foi fundado em 1859 pelo Sr. Costinha, fundador do extinto Café Avenida e posteriormente Café Vitória, localizado na Avenida dos Aliados. Com a saída do Costinha, o Café Brasil passou a pertencer a Alberto Arguelhes, uma dita "alma boa e um grande esmoler", que daqui foi para a Agência das Publicações, tendo antes da retirada em Outubro de 1939, trespassado o estabelecimento ao seu "antigo e zeloso" empregado António Silveira e ao seu cunhado Eduardo Pinto da Cruz, firma que adquiriu a denominação social de Silveira e Cruz.
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Em 2 de Julho de 1953, José Domingues Mariz e Frederico Ferreira de Abreu adquirem a cota de Pinto da Cruz e constituem uma nova sociedade designada de Mariz & Companhia Lda. José Mariz, como sócio principal, foi-lhe atribuída a função "Administrativa e Direcção do Escritório". António Silveira ficou responsável pela "Gerência Técnica do Movimento do Café" e Frederico Abreu ficou responsável pelo "Serviço de Caixa".
Mais recentemente, na década de 80, o café e a sua sociedade é adquirida por dois dos seus empregados, entre os quais Manuel Pereira Teixeira, actual e único proprietário. Em 2008 o café expande a sua actividade para a restauração, passando a confeccionar as mais deliciosas refeições sob a mestria da Chef D. Fernanda Teixeira, esposa do proprietário. |